terça-feira, 27 de abril de 2010

Algazarra no CoRaÇãO!!! Um poeta da Paixão!!






Vinicius de Moraes foi muito mais que o 'Poetinha', apelido carinhosamente atribuído a ele. Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes (Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 — Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980) foi escritor, intérprete, dramaturgo, jornalista, advogado, diplomata, poeta e compositor brasileiro. Poeta essencialmente lírico, notabilizou-se pelos seus sonetos, que cassava a composição dos 14 versos, e com eles derrubou convenções na área literária, usando-o após a revolução modernista de 1922. Uma pessoa que considerava a vida a "arte do encontro", tinha o sentimento de mistura e comunhão. Viveu ao máximo, passou uma metade da vida viajando e a outra amando. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida. Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto e Carlos Lyra.

Fui apresentada a Vinicius de Moraes numa leitura inocente e ingênua na minha infância. Tudo começou quando fui presenteada com o livro "Arca de Noé", lançado em 1970 (uma leitura que julgo indispensável para qualquer criança). Nele, trinta e dois graciosos poemas como "O Pato" "A Galinha d'Angola" e "São Francisco de Assis", me conquistaram e me fizeram, pela primeira vez, sentir o gosto da poesia. E esses poemas, pareciam só estar esperando o momento de serem musicados, alguns chegaram a ser lançados em disco pelos parceiros musicais de Vinicius, ainda na década de 70, como "A Casa".

O biógrafo de Vinicius, José Castello, autor do excelente livro "Vinicius de Moraes: o Poeta da Paixão - uma biografia" nos diz que o poeta foi um homem que viveu para se ultrapassar e para se desmentir. Para se entregar totalmente e fugir, depois, em definitivo. Para jogar, enfim, com as ilusões e com a credulidade, por saber que a vida nada mais é que uma forma encarnada de ficção. Foi, antes de tudo, um apaixonado — e a paixão, é o terreno do indomável. Mas ele dizia nada mais ser que "um labirinto em busca de uma saída". O que torna Vinicius um grande poeta é a percepção do lado obscuro do homem. E a coragem de enfrentá-lo. Parte, desde o princípio, de temas fundamentais, um poeta que canta a vida, o mistério, a criação, o amor e a paixão o que provoca uma verdadeira algazarra de sentimentos no coração do leitor.

Principais Obras de Vinícius de Moraes (poesia)

O Caminho para a Distância (1933)
Forma e Exegese (1935)
Ariana, a Mulher (1935)
Antologia Poética (1968)
A Arca de Noé (1970)
Orfeu da Conceição (1954 – tragédia escrita em versos)


Alguns Poemas e Versos de Vinicius que Cantam e Dançam:

TERNURA
"Eu te peço perdão por te amar de repente

Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos"

SONETO DE FIDELIDADE
"Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento."

PELA LUZ DOS OLHOS SEUS
"Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus só pra me provocar
Meu amor, juro por Deus me sinto incendiar"


SONETO DO AMOR TOTAL

" Amo-te tanto meu amor... não cante

O humano coração com mais verdade...

Amo-te como amigo e como amante

Numa sempre diversa realidade.

Amo-te enfim, de um calmo amor prestante

E te amo além, presente na saudade.

Amo-te, enfim, com grande liberdade

Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente

De um amor sem mistério e sem virtude

Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde

É que um dia em teu corpo de repente

Hei de morrer de amar mais do que pude."


SONETO DE DEVOÇÃO
"A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria"

AUSÊNCIA
"Eu deixarei...Tu irás e encostarás tua face em outra face...
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada"


"Por isso meu amor

Não tenha medo de sofrer

Que todos os caminhos

Me encaminham a você."



Vinicius de Moraes morreu aos 66 anos, em 9 de julho de 1980, no Rio de Janeiro, mas suas obras sobrevivem e fazem dele IMORTAL.


Um comentário:

  1. Soneto de Fidelidade e o Soneto de Devoção são os melhores!!!! lindos d+++!!!!!

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